VINILCLICK
- jadeuotime
- 16 de jun. de 2022
- 2 min de leitura

Fotógrafo, produtor cultural, DJ, assistente de figurino e empreendedor. Sim, estamos falando dele, Vinicius Souza.
O multiartista que é formado desde 2016 em Audiovisual pelo Instituto Criar, atua desde os 9 anos como fotógrafo, e aos 12, se tornou educador de fotografia no coletivo Mundo em Foco, localizado na periferia da Vila Santa Inês, zona leste de São Paulo.
"Eu não via pessoas iguais a mim em outros lugares, via apenas pessoas padronizadas, brancas, de cabelo liso e olho claro. Foi aí que eu comecei a perceber que eu gostava de registrar as minhas amigas e que isso trazia uma autoestima pra elas. Quando eu recebia uma mensagem agradecendo pelo registro, aquilo mudava todo meu dia".
Com o passar do tempo, Vini foi entendendo como a fotografia se relacionava com a moda e com a autoestima, e esse processo foi o levando a uma auto aceitação como homem preto, gay e periférico.
"Moda pra mim é uma coisa muito ampla, eu acredito que ela abriu muitas portas pra eu me aceitar como sou hoje. Eu fui entender que meu cabelo era crespo por causa deste processo aceitação, e assim eu pude virar inspiração para outras pessoas".
Através do seu trabalho, Vinicius pode entender o que a própria imagem representa e que a forma como se veste causa impacto na sociedade, afinal, a moda também é política e por meio dela é possível se expressar e manifestar.
O artista ainda afirma que a leitura da sociedade sobre ele varia conforme aquilo que ele veste, mas que hoje isso não o impede de colocar o que quer e o que sente confortável.
"As roupas que vestimos fazem parte de um processo muito importante. Hoje eu visto o que sinto confortável, não o que é imposto pra mim. Mas a gente sabe que muitas vezes, no centro de SP os meninos são enquadrados por causa das roupas. A polícia sabe qual a estética de quebrada e reprime por causa da roupa".
Vini também comenta sobre como as grandes marcas voltaram seus olhares para a quebrada, inserindo a galera em clipes, campanhas e etc.
"As marcas sacaram que eles podem representar a gente colocando a galera da quebrada em foco, mas é muito mais que isso, é preciso ajudar de muitas outras formas, não só com publicidade˜.
Atualmente, o fotógrafo também é co-fundador do Coletivo Lab Desencanto e usa a fotografia como forma de empoderamento feminino e periférico.
Além disso, Vini também é DJ residente da Wine, festa produzida em diversos espaços com o foco no público preto.
Conheça mais sobre o artista acompanhando nas redes sociais: @vinilclick
E acesse o nosso Mini documentário sobre o Viniclick, disponível no link abaixo:
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